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A Bárbara

O corpo bandeira da mulher revolucionária e as práticas feministas nas artes

Dissertação de Mestrado de Brisa Mirele Barbosa Rodrigues
Orientação: Profa. Dra. Luciana de Fátima Rocha Pereira de Lyra

 

PPGArtes - Programa de Pós-Graduação em Artes
Instituto de Artes da UERJ 

A dissertação parte da imagem do corpo bandeira (GOMES; SORJ, 2014), para instaurar um estudo panorâmico acerca de performances feministas em contexto acadêmico no Brasil. A compreensão da performance como plataforma de reivindicações de mulheres constrói justamente o suporte para o campo empírico desta pesquisa, que abarca justamente o desenvolvimento de uma performance autoral, a partir da experiência com os procedimentos da Mitodologia em Arte (LYRA, 2015). 

Previamente intitulada de A Bárbara, tal performance, que toma a forma de perforpalestra pessoalmente concebida, toma como bandeiras de criação: a figura mitológica de Antígona e as ex-presidentas do Brasil, Bárbara Alencar e Dilma Roussef. Entendendo a mulher revolucionária como mito-guia de minha performance autoral, inicio um ritual de rememoração, onde sou o dínamo entre estas três bandeiras, olho para trás e adiante, articulando imagens do passado e do presente (BENJAMIN, 1987) e procurando incitar uma ação política no mundo.

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A Bárbara é um solo performático e dramaturgia de Brisa Rodrigues, inscrita durante a pesquisa de mestrado na defesa da dissertação: A Bárbara: o corpo bandeira da mulher revolucionária e as práticas feministas nas artes (IA/UERJ), com orientação e colaboração dramatúrgica da Profa. PhD. Luciana Lyra. Assim como, o laboratório de criação foi guiado via Mitodologia em Arte (Lyra, 2015). 

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Foto George Magaraia

Durante o processo foram promovidas algumas partilhas. A primeira delas é citada aqui como parte da I Jornada Artetnografica, que veio a desenhar o processo de criação, a apresentação de Somos Todas Antígona? No simpósio temático Engendramentos da cena: Práticas teatrais feministas na contemporaneidade. 

Trecho da dissertação. Página 162

Além disso, foi nessa viagem para a apresentação de Somos todas Antígona? que iniciei minhas Experiências Mitodramáticas, a feitura das minhas Vestes rituais, a saia-bandeira. Em um tecido vermelho, retangular, semelhante a uma bandeira, desenhei uma composição de imagens da mulher revolucionária, referenciando as histórias de Antígona, Bárbara, Dilma e Brisa – minha autobiografia e autoimagem. Fiz a saia-bandeira quando estava visitando minha cidade natal Petrolina (PE), na sede da Trup Errante, junto com os amigos e parceiros de teatro Thiago Alves e Thom Galiano, em um ritual regado a vinho, memórias e muito afeto.

Trecho da dissertação. Página 129

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Foto George Magaraia

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Foto George Magaraia

A persona Bárbara é uma justaposição de imagens mitológicas, das histórias de Antígona, Bárbara de Alencar, Dilma Rousseff, entre outras mulheres revolucionárias também carrega na sua trama os traços da minha mitologia pessoal (FEINSTEIN, KRIPPNER, 1988); que eclodiu no processo da mitodologia em arte, através das experiências vivenciadas durante os Ritos de Partida.

 

Trecho da dissertação. Página 155

A segunda partilha de A Bárbara foi durante a Mostra Mulheres em Cena, um evento organizado pelo Mirateatro, grupo de pesquisa coordenado pela Profa. Dra. Nanci de Freitas, que aconteceu na COART da UERJ, em 2018. Na ocasião fui convidada para expor meu processo de criação, mas, ainda não tinha uma dramaturgia. Então, foi uma oportunidade para expor meu processo ainda cru.

Na mostra Mulheres em Cena expus meu processo mitodológico de criação. Levei ao palco boa parte do material produzido e usado durante a pesquisa como o Livro de artista, os Objetos sagrados, as Vestes rituais. E enquanto performava exibia imagens do curta Somos Todos Antígona? Vez por outra dialogava com essa imagem, repetindo algumas falas de Antígona. 

 

Trechos da dissertação. Páginas 164 e 165

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Foto George Magaraia

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Foto César Germano de O. Costa

A apresentação da Perfopalestra de A Bárbara em Petrolina foi um rito de passagem em que houve uma transformação de perspectiva pessoal, mas também no sentido mitodológico da criação, que só se completa quando do encontro na Comunhão Performática. O retorno, com a recepção do público, mostrou a potência desse trabalho artístico, causou identificação imediata da atuante com o público e assim reciprocamente. 

Trecho da dissertação. Página 169

 

Ficha Técnica:

Concepção e atuação: Brisa Rodrigues

Dramaturgia: Brisa Rodrigues e Luciana Lyra

Trilha sonora: Moésio Belfort com Músicas de Alessandra Leão.

Iluminação: César Germano de Oliveira Costa

Orientação: Profa. Dra. Luciana Lyra, a partir de pesquisa de mestrado em Artes no PPGARTES/UERJ

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Foto: George Magaraia

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