Pele Tecido
Autor Ericson Pires
Direção Nanci de Freitas
Foto Elizeth Pinheiro
Carolina Moreira
Pele Tecido: pele em processo
Por: Nanci de Freitas
O livro de poemas Pele tecido apresenta uma estrutura em 20 Cantos, um Prólogo e um Epílogo, pelos quais o poeta/tecelão realiza um percurso em busca de si e do mundo, numa tessitura da linguagem e da arte. O corpo e a língua são os canais por onde se faz a travessia e a costura. O conjunto dos Cantos se organiza como uma (quase) narrativa do trajeto por onde “todas as linhas foram trançadas”, composto por episódios do caminho do poeta-tecelão, que começa pela indicação: “Há fim sempre que se faz início”...
Ericson Pires: a poesia em busca
da instantaneidade do instante
Por: Nanci de Freitas
O poeta carioca Ericson Pires (1971 – 2012) fez uma travessia intensa em seu percurso de 40 anos de vida, em grande parte entrelaçados com a experiência artística como poeta, ator, músico e performer, desdobrando-se pelas brechas entre as fronteiras das linguagens, numa atuação na qual vida e arte se misturam. No desejo de capturar a “instantaneidade do instante do instante”, construiu uma trajetória que...
Imagem da internet
Ericson Pires autor do livro Pele Tecido
Crédito foto: Elizeth Pinheiro
Montagem: Julia Esquerdo
Relato sensível - Pele tecido
Por: Luís Otávio Oliveira Campos
Texto escrito em 2015, quando o autor ainda era estudante do curso de Artes Visuais do Instituto de Artes da UERJ.
O corpo que luta, o corpo que salta, não do abismo, não do mundo, mas para o mundo. Na montagem de Pele Tecido, texto e espaço têm uma intensa relação com os corpos que se apresentam. A luta do corpo em se libertar do tecido é simbólica, é capaz de sintetizar a força da poesia de Ericson Pires, uma poesia que tensiona as amarras. O jogo do poeta, nesse caso, é viver. Existir e se afetar pela vida, na mesma intensidade. Em determinado momento, uma canção de liberdade ecoa: “É um novo amanhecer, é um novo dia, é uma nova vida para mim. E eu me sinto bem”…
Giovana Adoracion e Carolina Moreira
SOL
(aquele)
meu corpo no sol
todo o sol no meu corpo
sol meu corpo
meu corpo sol
TODO
DIA
É
– brilho vivo –
Trecho do livro Pele Tecido de Ericson Pires pág 13
Foto Pedro Henrique de Brito Borges
Carolina Moreira e Rodrigo Claro
Making-of vídeos do espetáculo
Foto Elizeth Pinheiro
TODO
TODO DIA É LONGO. Todo dia é vermelho. As linhas não alcançam. O parto corta o meio. Limbo numa fresta. Todo dia não termina. Todo sol é vermelho. A chuva volta. A chave abre. A chave fecha. A porta, o caminho, o doce, úmido, vulto. TODO DIA.
Trecho do livro Pele Tecido de Ericson Pires Pág 37
Giovana Adoracion, Rodrigo Claro e Carolina Moreira
Teaser divulgação do
Mini Doc Pele Tecido
0’41’’
Créditos Teaser:
Filmagem: Pedro Henrique Borges
Voz off: Nanci de Freitas
Seleção de Imagens: César Germano de O. Costa
Montagem: Julia Esquerdo
Foto Elizeth Pinheiro
EPÍLOGO
DIA 1
(a ciência do espanto)
haverá sempre o dia 1.
O primeiro, o início,
Aquele que joga e é jogado, que lança e é lançado.
(a possibilidade do espanto explícito e indecoroso diante do
novo sol de novo)
Trecho do livro Pele Tecido de Ericson Pires pág 59
Projeção realizada durante o espetáculo
Pele Tecido – Espacialidade sonora e virtualidades
Por: Giovana Adoracion
A trilha sonora original de Pele Tecido é tecida de forma a participar da grande collage que compõe a performance cênica, como um outro elemento que auxilia na "vestimenta" destas poesias. A trilha não tem uma pretensão de destacar-se do espetáculo como a parte sonora do mesmo. Na verdade, ela segue uma lógica anti-musical, de forma a dar uma cor, uma forma à cena…
Foto Elizeth Pinheiro
Carolina Moreira, Rodrigo Claro,
Giovana Adoracion, Pedro Henrique,
César Germano e Nanci de Freitas
Estreia de Pele Tecido
Cartaz do Espetáculo
Pele Tecido
Projeto gráfico cartaz: Lais Maria